Personagens
Os personagens da cartografia são artistas, ativistas e agentes culturais que protagonizam a cena do hip hop em Nova Iguaçu.
A metodologia da Cartografia do Hip-Hop de Nova Iguaçu foi desenvolvida pelo Instituto Enraizados com o objetivo de mapear personagens, espaços e práticas relevantes da cultura hip-hop no município, criando um modelo replicável em outras cidades. O processo se inicia com a construção de um projeto-piloto em Nova Iguaçu, concebido como uma versão beta que permite testar e validar as etapas metodológicas antes de sua expansão regional.
O primeiro passo consiste na realização de um mapeamento inicial de personagens-chave. Para isso, são convidados cinco artistas com longa trajetória na cena local e que ainda se encontram em atividade. Cada um desses artistas indica outros cinco nomes de referência, formando uma rede inicial de mapeados. A partir dessas indicações, a equipe cruza os dados e elabora uma lista de 30 personagens a serem entrevistados.
Com essa base, é elaborado um roteiro de entrevista semiestruturado, dividido em sete blocos temáticos: identidade e origem; primeiros contatos com o hip-hop; política e território; saberes, educação e informação; redes, afetos, saúde mental e religiosidade; futuro, legado e memória; e um bloco final para mensagens livres. Esse instrumento busca captar múltiplas dimensões da trajetória dos artistas e produzir um retrato aprofundado da cena local.
Antes de iniciar as entrevistas oficiais, são realizadas entrevistas de teste. A primeira, chamada de entrevista alfa, é feita com o próprio coordenador do projeto para medir o tempo e testar a fluidez do roteiro. Em seguida, são realizadas entrevistas beta com três artistas próximos, simulando a estrutura completa da produção para validar a dinâmica de gravação, fotografia e recepção dos entrevistados.
Com os testes validados, dá-se início à fase de entrevistas principais, conduzidas por uma equipe multidisciplinar formada por entrevistadores, fotógrafa, cinegrafista, produtora executiva e responsável pela síntese textual. Os entrevistados chegam ao local com trinta minutos de antecedência para registro fotográfico e preenchimento de ficha técnica. Em seguida, participam da entrevista em vídeo, com duração aproximada de uma hora. Após a entrevista, o material bruto é transcrito, organizado por blocos e editado em forma de perfil para publicação digital e impressa.
Todos os conteúdos são disponibilizados em um portal digital construído em WordPress, com páginas individuais para cada personagem, contendo texto, fotos, vídeo e QR Code de acesso direto. O site também abriga um mapa interativo, com pins coloridos que identificam artistas, instituições e espaços de atuação. A plataforma é dinâmica e conta com um formulário de auto-mapeamento, permitindo que novos agentes da cena hip-hop preencham os mesmos dados e integrem o mapa. As atualizações são feitas mensalmente, ampliando continuamente o alcance do projeto.
Paralelamente, é produzida uma publicação impressa com os perfis de 30 personagens e 20 espaços relevantes, que funciona como registro físico e instrumento de consulta. O livro é acompanhado de identidade visual própria e pode ser adaptado por outros municípios que desejem replicar o modelo.
A proposta é que o projeto seja expandido para cidades vizinhas, como Mesquita, Nilópolis, Queimados, entre outras, gerando uma rede regional de cartografias interligadas. Cada cidade pode desenvolver sua própria publicação, alimentar o mapa e contribuir para a construção de um banco de dados coletivo sobre o hip-hop na Baixada Fluminense.
Por fim, os dados coletados servirão como base para a produção de diagnósticos socioculturais, que evidenciem a força mobilizadora, formativa e econômica do hip-hop nos territórios periféricos. Com isso, a Cartografia do Hip-Hop se torna também uma ferramenta estratégica para a reivindicação e formulação de políticas públicas municipais e regionais nas áreas de cultura, educação, segurança, saúde e economia solidária.
A metodologia da Cartografia do Hip-Hop de Nova Iguaçu combina pesquisa de campo, escuta afetiva, entrevistas, oficinas e ferramentas digitais de mapeamento, sempre a partir de uma perspectiva territorial, crítica e colaborativa.
Ela se baseia em três pilares principais:
A equipe realiza entrevistas com artistas, produtores e articuladores da cultura hip-hop que atuam ou atuaram em Nova Iguaçu. Essas conversas são guiadas por roteiros semiestruturados, mas priorizam a escuta livre e respeitosa, valorizando as narrativas pessoais como forma legítima de conhecimento e memória.
Cada personagem e espaço mapeado é relacionado ao território onde atua. Não se trata apenas de um endereço no mapa, mas de compreender a relação entre o hip-hop e a cidade: os becos, os muros, as praças, as vielas, os estúdios, as escolas e os quilombos urbanos que abrigam essa cultura. Utilizamos referências de cartografia social e educação popular, inspiradas em autores como Paulo Freire, Leda Maria Martins e a noção de tempo espiralar.
Todo o processo é registrado em foto, vídeo e texto, e os dados coletados alimentam um mapa interativo hospedado no site do projeto. Oficinas com jovens e artistas locais também fazem parte da metodologia, incentivando o protagonismo, o compartilhamento de saberes e a multiplicação da proposta em outras regiões.
Essa metodologia não busca apenas mapear, mas fortalecer redes, despertar memórias e valorizar a potência criativa da periferia como território de produção de conhecimento.
Mapear e documentar personagens, espaços e práticas relevantes para a cena hip-hop de Nova Iguaçu, com base em um modelo replicável por outros municípios, gerando um diagnóstico cultural da cidade e fomentando políticas públicas baseadas em evidências.
Descrição:
Desenvolvimento de uma versão beta do projeto na cidade de Nova Iguaçu, que funcionará como modelo metodológico para outras cidades da Baixada Fluminense e do Brasil.
Ações:
Definição dos objetivos do projeto
Organização da equipe executora
Criação da estrutura metodológica base
Resultado esperado:
Um modelo de mapeamento replicável, validado em campo e adaptável a diferentes realidades locais.
Descrição:
Mapeamento inicial de personagens com trajetória relevante no hip-hop local, utilizando o método de “bola de neve” (indicação entre pares).
Ações:
Seleção de 5 artistas veteranos e ativos na cena
Solicitação para que cada um indique outros 5 nomes de referência
Cruzamento dos dados para montar a primeira lista de 30 personagens
Resultado esperado:
Lista inicial de personagens com diversidade geracional e representatividade territorial.
Descrição:
Criação de um questionário semiestruturado, dividido em blocos temáticos, para capturar múltiplas dimensões da trajetória dos artistas.
Blocos do roteiro:
Identidade e origem
Primeiros contatos com o hip-hop
Política e território
Saberes, educação e informação
Redes, afetos, saúde mental e religiosidade
Futuro, legado e memória
Encerramento (mensagem livre)
Resultado esperado:
Instrumento de coleta de dados consistente, que permite análises qualitativas e comparativas entre os entrevistados.
Descrição:
Testes internos para validar tempo, formato e dinâmica da entrevista.
Ações:
Entrevista alfa (com o próprio coordenador do projeto)
Entrevistas beta com 3 convidados próximos
Ajustes no roteiro e logística
Resultado esperado:
Validação do tempo médio (cerca de 1h) e da estrutura ideal para condução das entrevistas.
Descrição:
Agendamento e realização das entrevistas com os 30 personagens selecionados, utilizando equipe multidisciplinar.
Ações:
Produção executiva com agendamento prévio (1 semana de antecedência)
Recepção e coleta de dados biográficos e materiais de apoio
Sessão de fotos profissionais
Entrevista gravada em vídeo
Registro audiovisual completo da sessão
Equipe envolvida:
Entrevistadores (pesquisadores)
Fotógrafa
Cinegrafista
Produtora executiva
Responsável pela síntese textual
Resultado esperado:
Banco de entrevistas em vídeo e textos sintetizados com base nos blocos temáticos, compondo o perfil de cada personagem.
Descrição:
Desenvolvimento de uma plataforma digital para reunir os perfis dos personagens e o mapeamento interativo.
Ações:
Criação de site em WordPress
Página individual para cada personagem com fotos, texto, vídeo e QR Code
Inclusão de dados em um mapa interativo (pins coloridos por tipo):
Amarelo: artistas
Preto: instituições
Azul: espaços e atividades
Resultado esperado:
Portal digital vivo e dinâmico, acessível ao público e atualizável mensalmente, com formulário de auto-mapeamento para ampliar a base de dados.
Descrição:
Edição de uma publicação impressa contendo os perfis de 30 personagens e 20 espaços ligados ao hip-hop de Nova Iguaçu.
Ações:
Edição e curadoria dos textos
Design gráfico e identidade visual
Impressão do material
Resultado esperado:
Livro de referência para consulta pública, escolas, bibliotecas e projetos culturais.
Descrição:
Permitir que o público envie seus dados, criando um modelo participativo e contínuo de mapeamento.
Ações:
Disponibilização do formulário no site
Divulgação da ferramenta de auto-mapeamento
Atualização mensal do mapa com novos dados
Resultado esperado:
Crescimento orgânico do banco de dados, com engajamento direto da comunidade hip-hop.
Descrição:
Incentivar a implementação da cartografia em outras cidades, com apoio técnico e compartilhamento da metodologia.
Ações:
Compartilhamento do modelo-base
Criação de identidade visual própria por cidade (opcional)
Possibilidade de publicação local
Resultado esperado:
Rede regional de cartografias locais conectadas, gerando uma grande base de dados da Baixada Fluminense e facilitando a incidência política.
Descrição:
Usar os dados do mapeamento para gerar diagnósticos socioculturais que fundamentem propostas de políticas públicas.
Ações:
Análise de dados por município e região
Relatórios de impacto nas áreas de cultura, segurança, educação, saúde e economia
Apresentação aos gestores públicos
Resultado esperado:
Reconhecimento institucional do hip-hop como força mobilizadora, formativa e transformadora de territórios periféricos.
Os personagens da cartografia são artistas, ativistas e agentes culturais que protagonizam a cena do hip hop em Nova Iguaçu.
Os locais da cartografia são espaços simbólicos e de vivência onde o hip hop pulsa e transforma a realidade em Nova Iguaçu.
As atividades da cartografia são práticas culturais e educativas que fortalecem o hip hop como ferramenta de expressão e transformação social.