Cartografia é a prática de representar territórios, saberes e experiências por meio de mapas.
personagens mapeados
A cartografia tradicionalmente esteve ligada à geografia e ao poder, com nomes como Ptolomeu e Mercator marcando a construção de mapas físicos e políticos. Com o tempo, surgiram novas abordagens, como a cartografia social e a cartografia sensível, que valorizam as vivências dos sujeitos nos territórios.
Essas práticas são influenciadas por autores como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari, que pensam o mapa como dispositivo político e afetivo. No Brasil, pensadores como Rogério Haesbaert e William Vesentini contribuíram para expandir a ideia de cartografia como ferramenta de leitura crítica do espaço.
Hoje, a cartografia é também um instrumento de resistência e visibilidade, sendo usada por movimentos sociais, educadores e artistas para registrar memórias, afetos e disputas por território. Ela vai além da geografia, mapeando corpos, histórias e potências coletivas.
A Cartografia do Hip Hop de Nova Iguaçu é um projeto que mapeia os personagens que constroem a cena hip hop na cidade. Seu objetivo é registrar a memória viva dessa cultura, valorizando artistas, atividades, coletivos e locais que fortalecem o território com arte, crítica social e resistência.
A iniciativa envolve conversas, registros fotográficos e audiovisuais, resultando em uma publicação impressa e digital que serve como fonte de pesquisa, inspiração e articulação. Voltado para jovens, educadores, artistas, agentes culturais e gestores públicos, o projeto busca dar visibilidade aos protagonistas do hip hop local, fortalecer redes de colaboração e influenciar políticas públicas voltadas para a cultura periférica.
Mais que um inventário, é um reconhecimento da potência criativa da Baixada Fluminense.
A cartografia do hip hop de Nova Iguaçu nasce da urgência de reconhecer, preservar e fortalecer uma cultura que transforma vidas nas periferias. Mapear o hip hop da cidade é registrar uma história viva que resiste ao apagamento e afirma a identidade do território. É dar nome aos agentes culturais que, muitas vezes invisíveis às políticas públicas, constroem pontes entre arte, educação e direitos sociais.
Apesar da riqueza artística e política do movimento, muitos de seus protagonistas, espaços e trajetórias seguem invisibilizados pelas políticas culturais e pela mídia tradicional. A cartografia surge como uma resposta a isso: ela documenta quem são essas pessoas, onde estão, o que fazem, e como transformam seus territórios através da arte.
Além disso, mapear é fortalecer redes. Ao tornar visível a diversidade e a potência da cena local, o projeto estimula conexões entre artistas, espaços culturais, educadores e pesquisadores. Também serve como ferramenta pedagógica, política e afetiva — inspirando juventudes, pautando políticas públicas e criando uma memória coletiva construída por quem vive o hip-hop diariamente.
Em Nova Iguaçu, essa iniciativa contribui para fortalecer a cena, estimular novas conexões e reivindicar o hip hop como parte legítima da cultura local e nacional.
É um instrumento de luta, memória e pertencimento.
Os personagens da cartografia são artistas, ativistas e agentes culturais que protagonizam a cena do hip hop em Nova Iguaçu.
Os locais da cartografia são espaços simbólicos e de vivência onde o hip hop pulsa e transforma a realidade em Nova Iguaçu.
As atividades da cartografia são práticas culturais e educativas que fortalecem o hip hop como ferramenta de expressão e transformação social.